quinta-feira, 13 de agosto de 2009

UMA AULA DE WALDER VIRGULINO


Arrancar a emoção
Arrancar a pele da indiferença
Rastejar na lama do desespero
Fustigar a paz com o vento do desassossego
Chorar
Berrar
Sentir a dor da violência
Ser violentada pela arte sem perdão
Emocionar-se com a palavra
Com o silêncio
Com o olhar
Deixar-se afogar no mar da desesperança
Para alcançar a tranquilidade do abismo
Despertar, soltar o demônio
Morrer de medo
Jogar-se contra o muro do desprezo
Arrancar o ranço, a gosma, e
Se abrir ao novo
Ao belo
Ao violentamente belo
Deixar-se levar pela maré do deconhecido
Para encontrar a ilha da surpresa
Amar o que se faz
Trabalhar com amor
Chorar de emoção
Sentir-se gente
Sentir-se humano
Fazer da arte sua vida a cada segundo
Esperar, mas não sentado
E, sim, agindo
Fazendo arte
Respirando
Vivendo arte
Sendo
Arte.

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Um EUNIGMA, até para mim mesma